domingo, 8 de fevereiro de 2009

Coisa Extraordinária!!!

Coisa Extraordinária
Certa manhã, acompanhei Maria, a bela e jovem empregada de meu primo Eduardo, até o local onde os pescadores vendiam seus peixes capturados de fresco.
Águas Verdes era um lugarzinho pitoresco, praias quase desertas, dunas alvíssimas, vilazinha de pescadores, jangadas flutuando na água verde-azulada.
Íamos nos aproximando de um jovem caiçara negro que consertava sua rede quando Maria, de repente, me puxa pelo braço e me arrasta para outra direção. Assustei-me com aquele gesto brusco dela e exigi que se explicasse. Pediu-me desculpas e respondeu, sorrindo encabulada:
- É aquele homem, D. Fernanda! Me persegue, quer me paquerar e tenho medo dele!
- Medo?! Por que, menina?! Um rapaz tão bonito!
- É que a Senhora não sabe da estória, ela disse dando risadinhas daquele seu jeito sonso e infantil.
- Mas que estória?!
- Deixa pra lá; não é nada, não.
- Vamos, Maria! Não me mate de curiosidade, criatura! Conta logo! Qual o problema com o rapaz?!
Andamos alguns metros sem que ela falasse ou olhasse para mim. Apenas tapava a boca com a mão e ria baixinho sem parar.
- Fala logo, menina! Deixa de coisas! ordenei, parando em sua frente e sacudindo-a pelos braços, pois sou uma pessoa curiosíssima e aquele mistério bobo estava me matando.
- Dá vergonha de falar, D.Fernanda, ela desculpou-se.
- Vamos! Diga!
- Promete que não vai se zangar comigo?
Prometi com muita impaciência.
- É que aquele é o Zé Enguia...
Mais risadas, e continuou:
- Dizem as más línguas que ele tem...tem...ai...ai...será que digo?
- Maria! berrei.
- Tá bem! o povo comenta que ele tem...tem...tem um pinto ENORME! hi, hi! As moças daqui morrem de medo dele.
Explodi numa forte gargalhada ao ouvir explicação tão inusitada.
- A Senhora ri então?! É porque não é a Senhora que ele persegue! É doido por mim e não pode me ver que vem puxar conversa. Mas eu quero é distância! Sai pra lá, pintudo!
- Meu Deus! Você me mata de rir, Maria!
Achei a estória tão cômica que, quando retornamos à casa, contei-a ao pessoal - meu primo, meu marido Júlio e os amigos que passavam o fim-de-semana conosco. Foi a piada do dia.
Claro que eu não levei a estória de Maria a sério; era bem provável que aquilo fosse invenção dos locais, resultado de alguma brincadeira de mau-gosto. Porém a conversa com Maria ficou dando voltas em minha mente e, ao me deitar com Júlio à noite, minha imaginação se inquietou com a idéia de haver um homem de pênis descomunal andando por aquelas praias desertas.
Fui adormecendo com estranhas imagens em minhas retinas. Pensei em Zé Enguia e em meu marido nus lado a lado. Cena engraçada: a enguia gigante e a minhoca tímida. Dei risadas. Mas logo me arrependi daqueles pensamentos perversos. Sempre amei meu marido, apesar de ele ter mesmo uma coisinha minúscula que me dá pouco prazer.
Entretanto, na manhã seguinte, não sei que me deu que quis sair sozinha e andar pela praia, apreciando a encantadora paisagem marítima e a movimentação dos jangadeiros em sua labuta matinal. Na verdade, eu estava era com vergonha de admitir a mim mesma que era levada por uma vaga esperança de encontrar Zé Enguia por ali, casualmente.
Surpreendi-me a procurar ansiosa pela figura dele entre um grupo de homens reunidos em torno de uma pequena embarcação. Perguntei a mim mesma que diabos eu estava fazendo por ali àquelas horas precoces do dia, meu querido marido ainda dormindo, sem nem desconfiar de que eu já não me encontrava a seu lado na cama.
Quando já pensava em retornar para casa, avistei o homem acabando de arrastar uma rede de pesca para fora da água, ajudado por um velho e um outro rapaz. Meu coração se agitou sem motivo, e por um instante fiquei paralisada, perdida, sem saber se prosseguia em meu caminho ou se me aproximava do grupo. Para fazer o quê? Não sabia. Mas, quase sem me sentir, aproximei-me. Os homens me olharam com curiosidade e eu, por pretexto, disse para o tal Zé Enguia, bastante nervosa:
- Quero comprar uns peixes, moço.
- É só escolher, Dona, disse ele sorrindo com simpatia e estendeu as mãos na direção da rede cheia de pescados.
Atarantada, escolhi dois ou três peixinhos sem nenhum critério. Depois procurei dinheiro nos bolsos de meu vestido, mas não encontrava.
- Não se dê ao trabalho, moça; pode levar, que não é nada, ele ofereceu.
Protestei contra sua generosidade, mas ele insistiu, e eu aceitei o presente. Depois não consegui encontrar palavras que pudessem dar início a uma conversa aceitável e me senti uma boba. Agradeci acanhada e me afastei com passos apressados, louca para chegar em casa, com remorsos de ter saído assim às escondidas de meu marido, levada por sentimentos indignos de nosso amor.
A partir de então, não consegui parar de pensar em Zé Enguia e em seu mistério fálico. Perguntava-me até que ponto seriam verdadeiros os boatos sobre suas proporções.
Os dias de nossas férias ali em Águas Verdes iam se passando e, sempre que eu avistava o homem pela praia, minha imaginação começava a se perturbar. “Será mesmo?!” eu me questionava. Pensava no pênis dentro do calção, enrolado como uma jibóia, escondida entre as pernas fortes e bonitas dele, uma coisa tremenda, três ou quatro vezes maior do que o pintinho de Júlio? De que tamanho exatamente?
Não que eu fosse uma tarada com obsessão por medidas. Nem ao menos tinha uma noção do que seria um pênis de tamanho normal, pois o único que já tinha visto e “medido” era o de Júlio. Mas tentava-me a idéia de ver um homem bem-dotado nu e ao vivo. Apenas para ver, claro; nem passava pela minha cabeça outro propósito. Simples curiosidade mesmo, assim como a de quem nunca viu uma coisa rara, uma anaconda, por exemplo. Quem já viu uma anaconda de perto? Eu nunca vi e não conheço ninguém que já tenha visto, ora! Sim, seria como ver uma assustadora anaconda, e eu manteria uma segura distância do bicho.
Outra vez me encontrei sozinha em passeios matinais pela praia. Minhas pernas já sabiam aonde ir e acabei avistando o pescador consertando sua rede sentado na jangada.
Como sempre, senti um alvoroço no meu peito. Que grande vontade não tive de me aproximar e perguntar, assim na lata, se era mesmo verdade o que se comentava dele! Obviamente eu jamais faria isso. Contudo, meu interesse por seu segredo era insuportável.
De repente, me veio uma coragem não sei de onde e me aproximei. A princípio eu não soube o que dizer, mas logo me ocorreu uma ousada idéia e, antes que eu pudesse refletir sobre meus atos, as palavras saiam de minha boca:
- Quanto o Senhor cobra pra me levar num passeio de jangada?
Ele me olhou surpreso, depois interessado. Não sei se me reconheceu, mas passou rapidamente os olhos por meu corpo, sorriu de leve e disse:
- Pra Senhora é de graça, Dona!
Senti-me ofendida com sua atitude galante, quase desrespeitosa. Por pouco não lhe dei as costas e fui embora. Porém algo dentro de mim me dava sangue-frio.
Girei meu anel de casamento no dedo para deixá-lo bem avisado e disse com sequidão:
- Prefiro pagar, por favor!
- Como queira, Senhora, ele disse fazendo-se sério de repente, muito mais respeitador.
Entramos num bom acordo. O passeio seria rápido, ao longo da costa apenas. Lá fomos.
Coisa divertida é navegar numa jangadinha daquelas. O vento úmido e quente zumbindo nos ouvidos, arrepiando os cabelos e açoitando a pele, deliciosamente. As ondas batiam forte na proa e nos jogava para o alto com grande emoção para mim, como num brinquedo de parque de diversão. Eu dava gritos de excitação agarrada ao banquinho de pau em que ia sentada, já toda molhada com a água que respingava das ondas.
- Ai! que gostoso, moço!
Ele se divertia com minha euforia e de propósito deixava a jangada ir do modo mais turbulento.
Quando enfim nos afastamos da rebentação e o passeio tornou-se mais tranqüilo, começamos a conversar. Ele era bastante tagarela e logo foi me contando suas estórias impossíveis de pescador, suas aventuras de jangadeiro. Em pouco tempo estabeleceu-se alguma intimidade entre nós e eu me senti mais à vontade para lhe fazer algumas perguntas. Mas só consegui ficar dando voltas e voltas, sem coragem de abordar a questão que me angustiava. Mais de uma vez procurei convencer-me de que não havia mal nenhum em lhe pedir uma confirmação ou negação dos boatos que rolavam a seu respeito. Mas, quando as palavras iam sair de minha boca, eu me dava conta do ridículo de meus pensamentos.
No apertado espaço da jangadinha, ele ia de pé controlando a vela, e eu, sentada, ficava com o rosto à altura de sua cintura nos momentos em que ele não lutava contra a vela. Assim eu não podia evitar olhar muito para a parte do calção onde supostamente se escondia um pênis gigante. Eu tentava manter a cara voltada para o mar, mas meus olhos sempre giravam em direção ao mistério. Só pelo volume, não dava para supor nada de extraordinário. Porém a ausência da materialidade da coisa só incendiava ainda mais minha imaginação. “Aninhada entre as pernas, bem enrolada”, eu pensava. E o coração ia se perturbando mais e mais a cada silêncio entre nós.
Após percorrermos considerável distância, concordamos em que já era hora de retornar. Com sua voz rude, ele prosseguia em suas estórias. Embora me tratasse com respeito, eu quase podia sentir seus olhos sensuais se enfiando entre meus seios no biquíni, lambendo minhas coxas, minha virilha e barriga. Eu estava toda molhada das ondas e minha canga se colava a minha pele e revelava formas que eu não conseguia esconder. Apesar disso, eu mantinha meu ar sereno e natural, sorrindo e demonstrando interesse em sua conversa. Por dentro eu morria de vontade de lhe fazer a pergunta crucial. Às vezes a vontade era a de pedir que baixasse o calção e matasse logo de uma vez aquela minha louca curiosidade. Houve momentos em que estive a ponto de eu mesma arrancar-lhe a roupa para ver tudo com meus próprios olhos. Imaginei-me fazendo isso e sorri do vexame que seria. Depois voltei a considerar a idéia, dizendo para mim mesma: “Por que não?! Por que não cometer uma loucura uma vez na vida?! Puxo-lhe o calção de repente e...voilá! a verdade vem à luz! Pronto, está decidido! Vou fazê-lo agora!”
Não ousei, claro. Respeito, pudor, recato, sanidade...
Nosso passeio se aproximava do fim e tomei coragem de sondar o enigma de um modo menos comprometedor:
- Você é bem conhecido por aqui, não é mesmo? perguntei num tom casual.
Ele sorriu, mudou a posição da vela e finalmente disse:
- Sou mesmo, mas como a Senhora sabe?!
- Maria, a empregada do seu Álvaro, meu primo...
- Ah! Claro! Mariazinha do seu Álvaro...então a Senhora é de lá da casa?
- Sou, sim. Meu marido e eu estamos passando férias por aqui. Comemoramos dez anos de casados.
- Vixe! uma moça tão nova e formosa como a Dona...ninguém diz que já tem marido esse tempo todo!
O elogio surpreendeu-me, pois na época eu tinha trinta e dois anos e umas ruguinhas já “enfeitavam” meus olhos. Fingi indiferença ao galanteio e continuei a campanha de provocá-lo e ver o que saía de sua própria boca.
- Ouvi dizer que você anda caído por Maria, é verdade, José?
- He! he! é verdade, sim, ele confessou um tanto encabulado.
- Mas parece que ela tem medo de você; por que será, hein?
Imediatamente me arrependi da pergunta, pois ele me olhou com expressão risonha e debochada que parecia dizer: “Então a Senhora já sabe, a Senhora já sabe, né?” Senti meu rosto queimar de vergonha, mas já tinha ido longe demais para recuar.
- Por que, hein! José ? insisti, como se fizesse uma pergunta inocente.
Dessa vez ele baixou a cabeça, sacudindo-a com um sorriso.
- Não sei, não, Senhora...acho que é umas coisas que dizem de mim por aí...
Meu coração deu um pulo, mas fui em frente:
- Que coisas dizem de você?! indaguei num tom de surpresa ingênua.
- Ah! falação do povo; coisa que dá vergonha de falar...
- Por que vergonha? É coisa tão ruim assim?
- Sei não...
- Se você não me disser do que se trata, vou ficar pensando coisas horríveis de você.
- A Senhora vai se ofender se eu falar; é coisa feia, sim.
- Pode dizer, José; não pode ser tão mau.
- Bem...se a Senhora insiste, he! he!, ele riu, mas calou-se por um instante, a cabeça baixa.
- Fale, homem!
- É, né? é que espalharam que tenho...tenho a piroca muito grande, hi!hi!hi!
Já não deveria ser surpresa essa revelação. Mas ainda assim escandalizei-me com as palavras. Meu sangue ferveu, faltou-me ar, remexi-me no banco. Porém dominei-me logo e dei uma risada para afetar naturalidade, como se não tivesse ouvido nada de extraordinário.
- Então é isso?! Mas não é uma coisa ruim, não é mesmo?
- He!he! é mesmo, né?
Ficamos em silêncio por alguns minutos. Grande vergonha, excitação e curiosidade, tudo me agitava ao mesmo tempo. Continuávamos velejando de volta ao ponto de partida, singrando com grandes voltas, de forma que quase não avançávamos, como se ele se retardasse de propósito, à espera de algo que se anunciava. Eu procurava palavras para dizer, mas elas vinham até minha garganta e enganchavam. Mas de repente, arrisquei:
- E é verdade ?
- O quê?
- É muito grande?
- O povo é que diz...
- Sei, sei...
O que fazer?! O que dizer?! Para onde olhar?! Mesmo com o rosto virado para a praia, eu pressentia os olhos dele em busca dos meus, o sorriso malicioso. E como se adivinhasse meus pensamentos:
- A Senhora quer ver?
- Ver o que, rapaz?!
-A coisa! não quer saber de que tamanho é?
- Como?! Ora, me respeite! Onde já se viu?! reagi, indignada, fuzilando-o com os olhos. E acrescentei: - Chega dessa conversa! apresse-se e me leve logo de volta, por favor!
- Como queira, Dona, disse ele zangado como se eu é que o tivesse insultado.
Movemo-nos mais rápido rumo à praia, ninguém ao redor num grande círculo de água e de perturbador silêncio. Não sei descrever o que senti naqueles breves segundos, mas era como se algo me sufocasse. De repente, desembuxei, nervosa e num tom autoritário que mal disfarçava minha fraqueza:
- Espere! Mostre-me! Mostre-me! Vamos! Mas só quero ver, só ver, é só curiosidade, compreendeu?!
A cara fechada dele abriu-se num enorme sorriso e ele apressou-se em baixar o calção. Quando a cueca desceu, Cristo! surgiu, a poucos centímetros de meus olhos, uma coisa medonha, uma tromba negra que começou a se erguer como que animada por minha presença.
- Chega! chega! Guarde isso! guarde! Já vi o suficiente, eu gritei histericamente, virando o rosto, a garganta quase fechando de nervosismo, o coração aos saltos.
Ele assustou-se e suspendeu as roupas. Eu mal conseguia respirar. E que vergonha! Tinha simplesmente acabado de pedir a um homem que me mostrasse seu enorme pênis, eu que era uma mulher bem casada e que sempre soubera me dar ao respeito.
Entretanto nunca tinha visto nada parecido, nem em revistas. Quantas vezes maior do que a de Júlio? Oh! Jesus! senti incontrolável desejo de ver novamente.
- Vamos! Vamos! Deixe-me ver mais uma vez!
Ele sorriu e logo baixou o calção e a cueca juntos. A coisa saltou como uma mola dessa vez.
- Nossa! deixei escapar, abismada, pois o início de ereção dava um aspecto ainda mais incrível ao negro rolo de carne.
A jangada flutuava e ondulava mansamente. Eu hipnotizada. A estupenda coisa escura inchando e se erguendo entre meus olhos, a cabeça saindo da capa, vermelha e brilhante, a boca babando uma gota cristalina. Os testículos eram duas bolas de tênis negras.
Fascinada, não pude evitar que minha mão se estendesse e empunhasse o tronco grosso e cabeludo. A outra apertou-o no meio, sem conseguir se fechar, e ainda sobrou a cabeça assustadora. As grossas veias pulsavam com o sangue afluindo fortemente. Vi-me agarrada ao pênis do homem e foi como se nada mais existisse à minha volta. Os mais primitivos instintos de fêmea se apoderaram de mim, completamente. Abri a boca e o engoli até onde pude. Então chupei, chupei aquela coisa negra como se desgustasse o fruto mais saboroso de todo aquele mar!
Ele murmurava, controlando minha cabeça com uma das mãos, a outra sustentando-o, presa ao mastro.
Eu o mamava com força e o sabor salgado da pele curtida na maresia enlouquecia-me. Apertava-o com as duas mãos, puxava os testículos, beijava, lambia as veias quentes, esfregava a glande em meu nariz, nos olhos, na testa.
Agora gemia abraçada às pernas grossas dele enquanto o prendia entre meu queixo e ombro, ele se movendo como num coito e minha língua molhando seus pêlos, um forte cheiro de homem salgado embriagando-me.
- Oh! Dona! ele começou a gemer.
Então agarrou o gigantesco membro e apontou-o para meu rosto, masturbando-se febrilmente, urrando como um animal. De olhos fechados, eu coçava meu sexo, excitadíssima, soltando gritinhos involuntários e delirando com pequenas ondas de gozo.
De repente, sem que eu esperasse, explodiu em meu rosto, quente, muito quente e grosso, em jorros fortes. Abri a boca, em êxtase. O creme inundou minha garganta, e mal eu engolia uma porção , já estava cheia novamente. O resto escorria por meus lábios, ou esguichava e entrava pelas narinas, respingava em meus cílios, cegando-me. Era como ser alvo de uma mangueira lançando sêmen sem parar. Eu sorria e vibrava tomada de um prazer inexplicável.
Quando enfim cessou de me regar, ele esfregou sua enormidade na minha cara, rindo. Divertiu-se em espalhar com a glande o sêmen por todo meu rosto, como se me aplicasse uma máscara de beleza.
Fiquei abraçada à cintura dele, meus cabelos longos pregados pelo esperma. Aos poucos fomos nos aquietando, a respiração voltando ao normal, o senso da realidade foi me envolvendo, penetrando meu corpo e minha alma, pesadamente.
Depois de tudo, quando recobrei a posse de mim mesma, não sei como consegui permanecer na jangada com ele. Enquanto limpava o líquido grudento de minha pele com a água do mar, tinha vontade de mergulhar e desaparecer no fundo do oceano.
Ele tentou outro contato, mas reagi violentamente. Tentou dizer alguma coisa, mas ordenei que se calasse e seguisse logo reto para a praia, antes mesmo de aportarmos no ponto de partida.
Atingimos o raso, saltei e saí correndo pela areia molhada. Não sei como, mas eu ainda tinha encontrado forças pra dizer, quase de boca fechada:
- Obrigada...
Porém quando me afastei e senti-me segura, não consegui conter uma risada. Eu tinha acabado de cometer a maior loucura de toda minha vida.
Aquela foi a última vez que vi Zé Enguia; nunca mais tive coragem de retornar à praia, nem mesmo com meu marido. Pedi que antecipássemos nosso retorno para casa e ele me atendeu, apesar de bastante contrariado.
Fim.

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