domingo, 8 de fevereiro de 2009

Quase Casando

Quase Casando
Ele tinha acabado de entrar no banheiro, e ela o aguardava já banhada e pronta. Preferia que tivessem tomado banho juntos, mas não ousou dar a idéia uma vez que ele mesmo não a tivera.
Noiva, noiva!Quase casando!Difícil voltar atrás agora com os convites rodando na gráfica. Não que estivesse arrependida...ou estava? Não, isso não! Talvez um pouco frustrada. Naquele momento não sabia ao certo. Se ao menos ele...não era possível que tivesse feito uma escolha tão...
Ah! quanta diferença pra Marcos! Este é que era homem pra divertir uma mulher na cama! Os amigos o chamavam de Marcão. Até o nome era forte e másculo! Ai! não queria lembrar! Era um cafajeste. Noiva dele, de Marcos?Nem dava pra se imaginar casando com um troço daqueles! Coitada de quem se casasse com aquilo! Um galinha, um irresponsável, um patife! Mais grosso não havia. E vaidoso! Dava nojo ver o sorriso no canto da boca charmosa, todo convencido de que ela ainda gostava dele. Coitado! Só porque o tinha beijado num momento de fraqueza. Beijado nada! Ele foi quem a agarrou a força. Tinha tanta força naqueles músculos violentos, quase arrebentando as mangas da camiseta, o peito forte e bonito...Ah! era ridículo. E ainda vinha se humilhar depois de tudo que aprontara, o descarado.
- Carona?
- Não! muito obrigada!
- Orgulhosa!
- Pois tá!
- Cê tá com o cara errado e sabe disso.
- Me deixe em paz! Já não lhe disse mil vezes que acabou?!
- Vai dizer que não sente saudades daqueles...
- Olha, nem se atreva a falar disso, ouviu?!me esqueça!
- Tanta raiva ainda? Depois desse tempo todo?! Se se arrepender e quiser me dar outra chance, já sabe: tô sempre nas áreas.
“Tô sempre nas áreas.”arre! que vulgar!
O ônibus tinha passado e parado longe. Ela correu com os livros apertados aos peitos. Quase podia senti-lo olhando para sua bunda bonita enchendo a calça jeans.Antes de pôr o pé no primeiro degrau, deu uma rápida olhada pra trás e viu que ele ficara lá parado na moto com o capacete nas mãos, observando-a com aquela sua cara de cachorrinho triste. Não! era cara de gente cínica mesmo! Lá ia ter pena de homem sem caráter!
E que diabos Evangelista tanto faz no banheiro?! Se ao menos valesse a pena depois...
Nossa! que horrível ter pensado isso!
Ai! pra que foi noivar tão rápido?! Melhor ter esperado mais um pouco. Não tinha tanta pressa.
Mas ia esperar o quê, se gostava dele e ele a amava? E se não faltava mais nada! Ele até já comprara o apartamento onde iam morar! Homem melhor não encontrava. Podia até se dar ao luxo de não trabalhar e ainda sustentá-la muito bem se quisesse. O pai podre de rico, ele já formado em Advocacia e não querendo mais nada senão casar com ela.
Mas era mesmo pra casar? Tão nova ainda!
Quase um mês sem se verem. Viagem inesperada. Podia ser que agora o tesão o fizesse se soltar. “Quando vai me pegar de jeito?” Ave! que safadeza ter pensado isso! Será que pegava muito mal insinuar umas coisas? Se tivesse mais coragem pedia pra ele fazer daquele jeito que o Marcos...não, não! Era melhor esperar ele querer, ir com calma. Ele se assustaria com ela. Era tão certinho e bem comportado que era capaz de ficar chocado. Ou então podia fazer assim para ele ter idéias, ou talvez perguntar se...Nossa! não dava! Com Evangelista não dava pra dizer isso! Ai! ia ficar doida! Pra que foi se envolver com ele assim tão depressa?! Devia ter pedido pra pensar mais um pouco antes de aceitar o noivado. Também a mãe não dava trégua! “Aceita, minha filha! Aceita! Homem assim não se encontra em lugar nenhum!” E ainda tinha a melhor amiga lhe enchendo a cabeça de idéias: ”Eu casava mas não ia deixar de gozar por isso”. Ah! mas aí já não era com ela. Não era dessas. Cachorrada trair um homem assim tão bom, que a amava e tudo fazia por ela. Paciência! Com o tempo tudo se ajeitava. Era questão de se conhecerem melhor, terem mais intimidade. Tem homem que é assim mesmo no começo: respeita, tem vergonha, quer mostrar que é digno da mulher que ama. Porém, mais cedo ou mais tarde, põe as garrinhas pra fora. Mas tem uns que são insossos mesmo! Quando não são...Nossa! como é que uma mulher pode ser feliz sem umas safadezas de vez em quando?! Que mal há em...Não!melhor esquecer!...
...Marcos é que jamais seria corno por um motivo desses. Ele não! Já era até safado demais. Fazia até sem permissão se ela não lutasse, mordesse e arranhasse. Animal tarado! Quase à força mesmo. Mas o bom era fingir que não queria, que não gostava e depois poder ficar com cara de ofendida e muito envergonhada. Ninguém poderia acusá-la de ser indecente, ele muito menos. Como?se praticamente a obrigava a aceitar aquelas coisas feias?! O braço forte prendendo-a pela cintura, sem lhe dar chances de fugir, retirava-lhe quase toda a culpa. Muito cômodo ser frágil nos braços musculosos de um pervertido. “Não gosto disso! Só faço porque você insiste!”
- Ô Evangelista!que você tanto faz aí nesse banheiro?!
Era a barba. Quase um mês sem transarem e ele ainda se demorava por causa da barba por fazer! Se o bom é a barba espinhenta arranhando a pele do pescoço, causando arrepios em todos os pelinhos! Como a barba sempre mal feita dele, do cachorro!...
...a barba mal feita traz lembranças do primeiro beijo. Foi ali na pista de dança mesmo, de surpresa e quase à força. Não sabia pedir nada, como se ela já fosse uma antiga propriedade sua. Agarrou-a e beijou-a, um lobo que salta sobre uma coelha desatenta. Ave! como foi bom! A barba áspera, a língua obscena procurando a dela, o braço de ferro nas costas, obrigando-a se encostar cada vez mais naquela coisa dura. E depois, se não se defende, era comida logo ali detrás do clube mesmo, imprensada contra a parede, no quase-escuro da rua, os carros passando vez e outra. Mas no dia seguinte não escapou. Que loucura aquele fim de tarde! Detrás das pedras, na praia. Não havia lugar nem hora certa pra lhe descer a calcinha e penetrá-la por minutos a fio, às vezes nem tirava de dentro quando gozava. Fazia duas vezes sem parar. E nem motel pagava, o pão- duro! Na verdade não gostava. Selvagem! Comia-a pelos lugares públicos da cidade, no meio da noite ou até do dia. Onde que ela andava com a cabeça naqueles tempos?! Que vergonha!
Mas não dava pra negar que era bom. Jamais esqueceria aquela noite, sentada no colo dele naquele banco de praça.De olhos fechados, delirando com o polegar dele entrando atrás, não viu o mendigo espiando escondido detrás das plantas.
- Calma que o homem não tá fazendo nada, ele disse prendendo-a firme quando ela se assustou e quis fugir dos olhos do bêbado.
Foi obrigada a ficar naquela posição mesmo, o pênis se movendo por baixo quando ela não teve mais coragem de se mexer ,se rebolar e pular como antes fazia. Que remédio?Só fechou os olhos e procurou fazer de conta que só existiam os dois em todo o mundo naquele instante. O homem que olhasse o quanto quisesse.
Só que vexame foi depois, na hora de subir na moto com o homem olhando-os com cara divertida. Agora dava pra rir, mas na hora...Jamais faria coisa parecida novamente. Cada vergonha!
E toda transa como aquela era uma calcinha que chegava em casa encharcada do esperma que ia escorrendo por causa das pernas abertas na garupa da moto veloz. No dia seguinte, quando ia lavar a roupa, a pobre da mãe não conseguia entender aquelas manchas amareladas na calcinha branca de algodão.
- Que diabo é isso, Marina?!
Ficou gelada e, quando a velha ia levar o pano ao nariz para cheirá-lo, ela arrancou-lhe a calcinha das mãos e alegou que era sujeira da garupa da moto do namorado.
- Não gosto que você ande com esses rapazes de moto. Olha que o povo fala, Marina! Não quero filha minha trepada em garupa de moto. Reze pro seu pai não ver isso!
Se o pai soubesse! Nem imaginava! Os dois naquele dia no meio do mato quando iam pra casa de serra de um amigo. Ela tinha visto os pés de sapoti carregados à beira da estrada e comentado que adorava sapoti. A moto entrou na primeira brecha que ele viu na cerca de arame, descendo o barranco perigosamente. Inocente, pensava que ele tinha boas intenções.
Enquanto comia sapoti e se lambuzava toda, ele ia beijando seu pescoço por trás e descendo-lhe o short jeans.
- Ah!aqui não, Marcos!
- Que que tem? Tamo bem escondidinhos aqui!
- Vamos chegar muito atrasados lá no churrasco.
- Prefiro comer carne crua, ha!ha!
- Não seja vulgar! Hei!já não disse que não vou fazer isso?! ela reclamou quando percebeu que ele lubrificava-lhe o ânus com saliva.
- Pôxa, Marina, se eu não comer esse seu rabo gostoso vou ficar louco!
- Não quero, Marcos! Me solta!
- Deixa, vai? Por favor! ele pediu humildemente pela primeira vez, a boca sussurrando junto ao ouvido dela enquanto o pênis duríssimo já entrava pelas coxas e ficava roçando na fenda já se umedecendo.
Ela se derretia com ele abraçando-a daquele jeito, dando-lhe beijos e apertando os seios sobre a camiseta de malha.
- E se eu não gostar, você jura que pára?
- Juro, claro!
- Vai fazer devagar?ela perguntou.
- Devagar e gostoso.
Ela já foi se apoiando num tronco de árvore na expectativa nervosa de recebê-lo atrás pela primeira vez.
Fazia tempo que ela queria experimentar aquilo, mas só agora tinha coragem suficiente, assim como um desejo muito forte naquelas circunstâncias inesperadas . O dedinho que sempre se remexia deliciosamente lá dentro a deixava louca e cheia de vontades que não tinha coragem de confessar. Imaginava como seria se fosse o membro grande e gostoso dele.
- Ai!ai! marcos!
Maior que a dor inicial foi a vergonha de permitir aquilo. Sentiu o ânus se abrir e alargar, mas gostou quando o rapaz ficou só parado depois das reclamações dela, pedindo para ele se retirar. Doía levar atrás, mas também era bom, pois ele sabia como fazer e até se lembrava de acariciá-la gostoso na frente. Acolheu-o por inteiro, apesar do incômodo. Enquanto ele fazia, ela gemia e choramingava pedindo pra ele acabar logo. Não ficava bem demonstrar que apreciava senti-lo assim, e logo na primeira vez.
Quando ele acabou, ela disse zangada, para disfarçar, o ânus ardendo, mas contente.
- Nunca mais deixo você fazer isso comigo, ouviu?!
Mas no outro dia deixou de novo, quando ele a levou a um motel caro pela primeira vez.
- Não gosto disso, Marcos! Dói muito! Parece um ferro quente lá dentro!
Passaram-se dias depois disso sem que ele tentasse sodomizá-la novamente. Parecia ter perdido o interesse. Ficou confusa, perguntando-se o que teria acontecido. Por que foi dizer que não gostava?
- Você nuca mais quis fazer daquele jeito, ela comentou, como se falasse por falar, logo após terem transado, deitados na cama.
- Você disse que não gosta; não quero forçá-la a nada.
- É verdade; não gosto mesmo.
- Então pronto!
- Mas também, se for pra ficar zangado...prefiro deixar que faça.
Apenas ela disse isso, foi agarrada, beijada e depois colocada de quatro. Nunca foi tão bom receber e dar aquele tipo de prazer. Um prazer infernal que a fazia gemer e se lamentar baixinho ao mesmo tempo que se acariciava e gozava. Mas o sacana só se satisfazia se a envergonhasse e humilhasse um pouco. Todo colado a ela e puxando-a pelos cabelos para sussurrar em seu ouvido, ele exigiu:
- Diz que gosta de dar abunda pra mim, diz!
Ela ficou calada.
- Vamos! diz! ele insistiu, puxando-lhe os cabelos com mais força.
- Pára!
- Fala!
- Eu gosto, ela gemeu fraquinho.
- Cadela safada! ele xingou e deu-lhe vigorosos golpes que logo resultaram num intenso gozo de deixá-la cheia.
Foi por esse tempo que ela perdia a cabeça de vez e quase toda a vergonha. Não havia nada que ele pedisse que ela não fizesse, pois tudo que fazia com ele era bom. Parecia adivinhar os mais secretos desejos e fantasias dela e não lhe fazia uma carícia que não repercutisse em todo seu ser.
Sem dúvida, foi feliz com ele naqueles tempos. Mas também sofreu depois. E como sofreu! Tinha visto a outra na garupa da moto toda a braçada a ele, a bunda grande e bonita no lugar que era dela. Como ele pôde ser tão...tão...E ainda quis se justificar:
- Mas era só uma amiga! ele jurou quase chorando.
Falso! Conhecia-o muito bem. E não houve perdão. Tudo acabado pra sempre. Noivou dois meses depois. Por vingança? Não, não! Evangelista é que era o homem certo pra ela. A mãe e o pai tinham razão.
- Apago a luz, meu amor? perguntou o noivo ao sair do banheiro, banhado e de barba bem feita.
- Se você quiser, ela respondeu.
Fim

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